Caríssimos, propomos a resolução de um caso pensado e elaborado por nós:
Kátia Administrativa
Kátia Alessandra
nasceu no Brasil há já mais de trinta e tal anos. Os seus pais tinham cruzado o
Atlântico à procura de uma nova vida, uma boa vida. Vivia feliz.
Volta a Portugal
porque a mãe queria que fosse “doutora” e que estudasse a “advocacia” onde o
Dr. Menezes, o antigo patrão, tinha estudado.
Kátia sempre tinha
preferido os prazeres das compras, as séries americanas de amor e as músicas da
moda à literatura científica e às letras em geral. A própria, dizia que era uma
nabiça de nabo com as contas, portanto Direito parecia a única opção.
Passados muitos
anos de sofrimento lá consegue acabar com “aquilo”. Tinha usado de tudo:
cábulas, apontamentos, sínteses, gravado as aulas, e outros mecanismos da moda...
o que tinha resultado numa enorme biblioteca cheia de dossiers coloridos
escritos com canetas de cores e mensagens de “pensamento positivo” – normalmente
“Kátia Kontamos Kontigo”.
Toda uma biblioteca
que lhe serviu para arranjar uns trocos na venda de apontamentos e entrar no
mestrado que sempre quis. A mãe radiante por ter uma filha mais que “doutora”
quer agora que seja juiz! Kátia está desesperada!
Tanto desespero
fazem-na consultar diversas formas de confiança e rende-se à energia das pedras
rolantes. Embebida de todo este ambiente acaba o mestrado e por puro milagre,
uma dádiva – deve ler-se erro administrativo – é aceite para o curso do CEJ e
chega a magistrada.
Nesta altura a mãe
andava muito triste com os desvios espirituais da sua filha. Havia voltado a
Portugal com saudades da filha e com a intenção de a pôr na ordem: como podia
Kátia viver sem o seu rancho de bacalhau? Era este o problema!
Jaennette, mãe de
Kátia, instala-se na terra. Os seus pais, avós de Kátia, já defuntos tinham
deixado nas partilhas a casa “a la maison” que haviam construído quando
voltaram “da Francia” onde podia ser feliz. A terra enfiada no meio dos montes
da Beira era um sítio pacato, onde tinha o antigo minimercado da família para
se entreter – com os novos grandes não ganhava muito, mas alcoviteira como era,
compensava com a conversa em dia.
Um grave problema
instala-se!! É criada uma comissão de “mulheres” lá na terra porque um aldrabão
tinha aberto um bar de meninas que andava a fazer com que os seus homens
andassem em alegrias do corpo. Maldita boate!
A rapaziada andava
em “folgurada” e as mulheres não
desistiam. Depois de uma grave greve de fome durante toda a Quaresma, a
Ministra da Justiça resolve ali instalar um Tribunal Extraordinário, abrindo um
concurso para a colocação dos Juízes.
Kátia resolve
concorrer – lembrava-se muitas vezes das suas memórias de pequena quando vinha
a Portugal em Agosto, durante um mês num ano tinha o Mercedes que o pai alugava
à saída do aeroporto, a festa da aldeia em que o pai era “festeiro” e as primas
que se tinham espalhado por todo o mundo e se encontravam, nos montes da serra,
todo o Santo Agosto - sendo colocada.
Foi desesperante,
não sabia o que fazer! Não estava preparada para tanto trabalho! Tinha de
começar a passar o fim-de-semana fora... Estava decidido!
Já tinha tudo
organizado para se ir embora, rumar a França para ir as compras! Besançon tinha
um novo “Shopping”!
A questão estava no
facto de não saber que também tinha “escalas” ao Sábado!
Que fazer??? Não
sabia o que havia de “aprontar” até que recebe no correio, dos tempos idos da
sua busca espiritual, uma carta da Igreja Universal do Grande Império do
Professor Karamba a anunciar a mudança da data semanal da festa de
adoração a “deus” – o próprio do Prof. – na sede principal, para os lados da
Reboleira.
Eureka Kátia,
Estamos Kontigo!! Grita ela.
Identifique e pronuncie-se sobre as várias
questões suscitadas na hipótese.
Caso elaborado por:
Manuel Saraiva, nº149113703
Ricardo Ferreira, nº140110120
Sara Figueira, nº140110040
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